No dia 14 de Dezembro celebrámos em Pune, na Índia, os 100 anos do nascimento do Guruji. Foram duas semanas de comemoração, com muita aprendizagem e momentos inesquecíveis. Ásana, pranayama, […]
No dia 14 de Dezembro celebrámos em Pune, na Índia, os 100 anos do nascimento do Guruji.

Foram duas semanas de comemoração, com muita aprendizagem e momentos inesquecíveis.

Ásana, pranayama, yoga sutras, conversas, visualização de filmes, prática de uma aula para crianças, escuta de histórias, abraços, lágrimas, reflexões invadiram a minha alma.

1300 pessoas de 56 países diferentes e toda a família do Mestre estiveram juntas durante duas semanas formando uma grande energia de gratidão. Agora, todos os ensinamentos irão sendo digeridos e interiorizados com o tempo.

Imagem

Falámos de humildade, coragem, observação, o que é ser um bom professor? Um bom professor deve ser um bom observador, exige tempo “uma vida não é suficiente para aprender Yoga”, como disse Geeta Iyengar.

Sem experimentarmos não há experiência, por isso Guruji observava o corpo como um laboratório.

B.K.S. Iyengar nasceu numa família humilde, era doente, sofria de tuberculose e os médicos davam-lhe poucos anos de vida quando o seu cunhado e Guru T. Krishnamacharya o levou para Mysore para estudar e praticar Yoga. Com persistência, entrega e devoção o Yoga salvou-lhe a vida.  

Yoga é arte, cultura, ciência, filosofia mas acima de tudo não é um exercício físico porque é feito com inteligência. 

A prática Iyengar é precisa, segue uma lógica sequencial e harmoniosa. Na sua adolescência, e atravessando um período de crise e até de depressão, teve que experimentar no seu próprio corpo os efeitos dos ásanas e os movimentos certos e errados antes de dar esses movimentos aos alunos. Foi assim que se tornou um bom professor. 

A sua humildade, persistência, coragem e inteligência fizeram-no prosseguir e estudar até morrer. Foi sempre uma pessoa bem disposta, criativa, generosa, curiosa, que adorava uma aventura e aprender a tocar instrumentos musicais e até de dançar.
Utilizava o seu próprio corpo como “prop” para ajudar os alunos e foi assim que inventou os materiais como suporte e melhor entendimento da prática.
Existe um objectivo para a utilização dos mesmos e devem ser utilizados de uma forma inteligente.

A sua esposa foi a sua primeira aluna e assistente. Ela observava-o como se fosse o seu espelho e ajudava-o a evoluir.
​Ele amava-a e por isso o Instituto em Pune tem o seu nome, Ramamani.
O mestre tinha o dom da observação e salvou também a vida de muitas pessoas. Em Belur, onde nasceu, construiu uma escola, um centro de Yoga e um Hospital. Assim iniciou a vertente terapêutica do yoga que é apenas uma componente do Yoga Iyengar. Este Guru, Guruji foi brilhante!❤️

Espero que não estejam cansados de ler, eu era capaz de escrever muito mais, mas agora tenho que ir descansar… amanhã há mais!

O estudo desta arte não tem fim, sejamos nós humildes para entender e continuar o nosso caminho de aprendizagem e de encontro com a nossa alma.

Pune, Dezembro de 2018

“Life is like a river, it moves, nothing can stop it” – B.K.S Iyengar